sexta-feira, 11 de junho de 2010

Níveis da educação com novos conceitos e/ou preconceitos.


Boas discussões nos trazem boas reflexões ou indignações! Na semana passada, na aula, discutíamos sobre a relação Escola/Mercado de trabalho... Bem, no final das contas, acredito que este tema é um tanto quanto polêmico, pois sempre gera conflitos e embates de idéias, conceitos e preconceitos.
Não há como pensar em Educação desvinculada do que ocorre no mercado de trabalho, muito menos, desprezar novos (ou nem tanto) níveis de educação que surgem da demanda deste mesmo mercado. Falo aqui do ensino superior na modalidade tecnólogo- Ensino Profissional. Algumas instituições e seus corpos docentes (não generalizados, é claro) ainda "refletem" e manifestam inconscientemente os seus preconceitos, isto me deixa muito indignada com a falta de visão e reflexão do que ocorre no mundo atualmente! Educação e Mercado de trabalho devem ser parceiros, pois a evolução humana depende também desses dois setores!
A modalidade de ensino tecnólogo - educação profissional é voltada para a classe trabalhadora, portanto é democrática, com certeza, não ainda da forma totalizadora, pois ainda assim é elitizante - não alcança a todos! Então..., penso com os meus botões: Qual o objetivo da grande classe acadêmica ao discriminar este ensino? Por que não possui formação humanista? Por que o foco é no mercado de trabalho? Adoro ler conceitos como os de Florestan Fernandes (p. 60), que diz: "uma universidade à altura das exigências educacionais da civilização baseada na ciência e na tecnologia científica ... uma universidade totalmente nova – educacionalmente criadora, intelectualmente crítica e socialmente atuante, aberta ao povo e capaz de exprimir politicamente os seus anseios mais profundo (grifo meu)" Ainda bem que existem pessoas com alto grau de inteligência e discernimento, pois esta semana, na minha aula de mestrado que citei anteriormente, ouvi o absurdo por parte de um colega de que: educação profissional é sinônimo de "bater martelinho".
Penso, repenso, reflito milhões de vezes e não consigo ver uma lógica neste pensamento preconceituoso, pois a minha realidade é outra!
Trabalho há uma década numa instituição escolar que opera, participa e é ativa na educação profissional e, o que vejo? Alunos se transformando em sujeitos ativos e participantes do mercado de trabalho e sociedade! Vejo alunos crescendo e se transformando em profissionais competentes com auto estima e construindo suas vidas com o conhecimento adquirido no Ensino Profissional!! O nível Tecnólogo/Técnico amplia as capacidades intelectuais e afetivas do ser e, talvez, o "bater martelinho" que ouvi não seja a educação humanista, clássica ou detentora do status quo, necessário aquele cidadão, mas com certeza, supre as necessidades de todos aqueles que não conseguem ingressar num curso de graduação tradicional e os transforma em seres muito mais competentes do que aqueles que possuem o preconceito enraizado nas suas ações, pois estes, não conseguem e jamais conseguirão acompanhar o mundo contemporâneo. Mundo que se transforma e reconstrói a cada segundo.

- Livro da citação: FERNANDES, Florestan. Universidade brasileira: reforma ou revolução? São Paulo, Alfa Ômega, 1979.

3 comentários:

  1. Acho muito interessante o ensino Tecnólogo, mas é obvio que eu jamais faria uma faculdade "tecnólogo" por convicções pessoais, porém a sociedade rege o comportamento humano, e um deles é o trabalho,as pessoas precisam trabalhar e moldam tudo ao seu redor em torno disso, se você quer trabalho..dance e estude conforme a música, o nosso mundo hoje pede isso...mas não quero ser mais uma peça de trabalho substituivel nessa sociedade, quero fazer a diferença! Sei lá, não é preconceito, é minha opinião, afinal não tenho nada contra o tecnologo pois apesar dos pesares ele trouxe oportunidades a pessoas que não tinham de se formar e conseguir um emprego melhor! Afinal, nessa sociedade, você vale pelo que tem.. e não pelo que é! Ai... que horror

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  2. Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo. Michel Foucault -

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  3. gostei do teu blog... e desculpa meu pessimismo, é culpa da faculdade de história hahahaha, Bjooos

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